FRELIMO diz que “Filipe Nyusi não tem qualquer ligação com Dívidas Ocultas”

O chefe de Estado “continua calmo e segue os acontecimentos” e “não tem nada a ver com a questão das dívidas”, referiu Caifadine Manasse, secretário do comité central do partido para a Comunicação e Imagem, em declarações ao serviço em inglês da Agência de Informação de Moçambique (AIM).

Sobre o facto de o partido também ter sido citado, aquele responsável disse que aquela força política está “a seguir o julgamento”.

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força parlamentar, pediu nesta quinta-feira (21) que Filipe Nyusi colocasse o lugar à disposição no prazo de 72 horas e que a Frelimo, partido no poder, explicasse o seu papel no caso das dívidas ocultas.

Jean Boustani, principal arguido no caso das dívidas ocultas do Estado moçambicano, em julgamento nos Estados Unidos, afirmou na quarta-feira que a empresa Privinvest pagou cinco milhões de dólares para a campanha presidencial de Filipe Nyusi de 2014 (um milhão para a campanha própria e quatro milhões para a Frelimo), a pedido do antigo Presidente Armando Guebuza.

Já numa sessão anterior do julgamento, a acusação norte-americana tinha revelado registos bancários de uma transferência de 10 milhões de dólares de uma subsidiária da Privinvest, para a Frelimo, em quatro tranches, em 2014.

O mesmo texto da AIM refere que a legislação sobre o financiamento de campanhas eleitorais moçambicanas “é extraordinariamente permissiva”, com os partidos e candidatos a serem obrigados a prestar contas “apenas do dinheiro que receberam do Orçamento de Estado”.

“A lei permite explicitamente contribuições de cidadãos estrangeiros ou organizações não-governamentais (ONG) e proíbe apenas contribuições de governos ou organizações governamentais ou empresas públicas estrangeiras”, sendo que “empresas privadas estrangeiras não são mencionadas”, acrescenta.

O estaleiro naval Privinvest é acusado de subornar governantes, políticos e banqueiros para levarem avante os projectos das empresas marítimas moçambicanas Ematum, MAM ou Proindicus que, entre 2013 e 2016, assumiram dívidas ocultas de 2,2 mil milhões de dólares com avales do Estado.

 

Fonte: Lusa

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