O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, alertou hoje que o terrorismo pode dividir o país, defendendo a união de todos para combater os grupos rebeldes na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
“O terrorismo pode-nos dividir (…). Se brincarmos, nós podemos ficar sem pátria”, declarou o chefe de Estado moçambicano, durante uma cerimónia de graduação na Academia de Ciências Policiais (Acipol), nos arredores da capital moçambicana, Maputo.
Segundo Filipe Nyusi, a resolução do problema no Norte passa pela união dos moçambicanos e as forças estrangeiras que apoiam Moçambique no combate aos grupos armados em Cabo Delgado devem ser acarinhadas.
“Nós temos de estar unidos. (…) O terrorismo é uma das únicas coisas em que o mundo todo se junta para combater. A região juntou-se para combater o terrorismo. Então como é que o próprio país, que vive o próprio terrorismo, não se junta para o combater”, questionou Filipe Nyusi.
“Nós não temos força moral para falar mal de quem vem nos ajudar”, acrescentou o Presidente moçambicano, rejeitando o argumento de que a pobreza é o fator da guerra em Cabo Delgado e também a sugestão de uma linha de diálogo com os terroristas, defendida sobretudo pelos dois partidos de oposição no parlamento em Moçambique.
“Não há pobreza em Chicualacuala [província de Gaza, no sul do país]”, questionou Nyusi, alertando que “hoje [a guerra] está ali [Cabo Delgado] amanhã pode estar aqui [Maputo]”.
“Eu quero homenagear todos os jovens que estão a manter este país intacto. Eu falo com alguns deles e, passado dois dias, o jovem já não existe. (…) Não pode haver pessoas que, sem responsabilidade, usam as pessoas que se sacrificam no terreno para fazer política” , acrescentou Filipe Nyusi, manifestando a intenção do executivo moçambicano em “continuar a investir nestes jovens”.
Fonte: Lusa