“Fica claro que o António Carlos do Rosário é o Arquiteto desse processo” disse Julião Arnaldo

Durante o programa “Casos do Dia” da quarta-feira passada (13), o comentador político Julião Arnaldo, falou sobre o envolvimento do Antigo gestor das empresas beneficárias das dívidas ocultas, que lesaram o Estado em 2,2 mil milhões de dólares, António Carlos Do Rosário, nas dívidas ocultas.

Para Julião, o antigo PCA das Empresas EMATUM, PROINDICUSMAM é o principal arquiteto do projecto das dívidas ocultas.

O comentador político sutentou a sua base com as declarações feitas pelo próprio réu durante uma das audições da semana finda, onde alegou que todos os Drafts das cartas sobre garantias soberanas haviam sido elaboradas por ele.

“Há um conjunto de informações que penso que são suficientes e indiciárias para chegar a essa conclusão. Basta ver por exemplo, nessa semana ele teria dito ao tribunal, que os Drafts das cartas para o pedidos iniciais, quer acrescimos das garantias soberanas eram feitas por ele, e o Diretor Geral apenas assinava.

Ele não era assistente, nem acessor do director Geral do SISE, ele era o diretor Nacional, que era equiparado a um director de divisão.

Não era a função de um director de divisão ou director nacional de inteligência económica fazer um draft para um Diretor Geral assinar.

Fica claro também, que o António Carlos do Rosário era o Mastermind desse todo processo pela forma como ele abocanhou a gestão desse dossier. Os Mutotas foram jogados ao lixo, e todos os funcionários do SISE. Não se recorda um deles que tenha participado ou que podem nos contar a história desse processo”, disse Julião Arnaldo.

Numa outra abordagem, Arnaldo voltou a questionar o posicionamento dos réus em tentar atribuir a culpa no antigo Ministro da Defesa e atual presidente da República, Filipe Nyusi.

“O outro dado não menos importante nesse processo, é o esforço de rebater as provas que foram juntas ao processo pelo Ministério Público.

O Ministério Público na sua investigação, incluindo até informações vindas de Brooklyn, há emais que comprovam por exemplo, Iskandar Safa, o dono do Grupo Privinvest, Jean Boustani, amigo de António Carlos do Rosário e todos aqueles que estão no processo, Ndambi e companhia. Todos esses escreviam emais para o presidente da República, a informar o estágio das negociações com a Credit Suisse. Dando informações concretas referente aos passos, as taxas de juros em relação ao Crédito e o período de carência.

E espanta-me hoje que o António Carlos do Rosário, o Ndambi Guebuza que não é funcionário do Estado, segundo ele, que não é colaborador do SISE, segundo ele, tenha dito na primeira audição ou no segundo dia, que tudo quem sabe é o coordenador do comando conjunto.

Que relação que nós fazemos nesse processo? Ndambi Guebuza nunca foi funcionário do estado, mas ele em Sede de tribunal disse que o Coordenador do Comando operativo é quem sabe tudo o que aconteceu”, acrescentou.

Julião Arnaldo disse ainda que as mentiras do réu António Carlos Do Rosário já começaram a ser descobertas com as constantes contradições.

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O comentador político foi mais longe, afirmando que o antigo super PCA será desmascarado com a audição dos 60 declarantes que ainda estão por vir.

“As remissões que o Gregório Leão fazia à todas as perguntas à António Carlos Do Rosário, era para mais ou menos esse espetáculo que nós estamos a assistir. Mas por que as mentiras tem pernas curtas como se diz, já começamos a sentir contradições. E quando ele percebe que está sendo apertado foge das perguntas, não responde, não se recorda e remete-se ao silêncio. Mas é para falar de coordenador de comando operativo, ele fala de viva voz.

Esquece-se dos colaboradores do Mnistério do interior, esquece-se dos colaboradores do SISE, esquece-se dos colaboradores do Ministério da Defesa.

Vale a pena lembrar, que depois desse espetáculo gratuito que estamos a assistir, virão 60 declarantes. Das quais boa parte das mentiras que ele contou ao longo desses dias, serão desmontadas uma por uma (…) Há informações de que ele usou ameaças para obter assinaturas”, sentenciou Julião Arnaldo.

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