“Se parar com a campanha e aceitar que não há voto, nem um tiro não vai se ouvir” diz Mariano Nhongo

O líder da Junta Militar do maior partido da oposição no país, Mariano Nhongo, alertou na passada quinta-feira (19), que iria intensificar os ataques caso o Governo não paresse com a campanha eleitoral e renegoceiasse o Acordo de Paz, recentemente assinado entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o presidente da Renamo, Ossufo Momade.

Numa conversa com jornalistas por teleconferência a partir da Gorongosa, Nhongo, não assumiu os últimos ataques a autocarros de passageiros e de carga nas províncias de Manica, Sofala, Nampula e Niassa

“Se parar com a campanha e aceitar que não há voto até próximo ano, nem um tiro não vai se ouvir aqui em Moçambique, se não aceitar isso há tiros”, avisou Mariano Nhongo, acrescentando que “a população está preocupada (em saber) quem está a disparar armas, é a Frelimo que está disparar armas, porque não quer coordenar com os partidos políticos”.

Mariano Nhongo frisou que a Renamo continua armada e considerou a continuidade do decurso de campanha eleitoral como um “desprezo” às reivindicações do grupo, que desde Junho contesta a liderança de Ossufo Momade e ameaça com acção militar a resistência nas negociações.

“Desde o inicio da revolução os guerrilheiros que apoiam a Junta Militar da Renamo, nas bases do partido, deixaram de receber apoio alimentar e o grupo está a sobreviver de pequenas doações de membros e deputados”, disse Nhongo.

“Não estamos a partir (assaltar) bancas, nem nada, estamos a exigir a democracia, se não nos ouvirem, caso as coisas forem piores, vamos procurar sobreviver, porque temos armas”, sentenciou Mariano Nhongo.

 

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