Um grupo de organizações da sociedade civil alertou que o ensino através das plataformas digitais, é excludente, lembrando que apenas 29,1% da população moçambicana tem acesso à televisão.
“Há um número reduzido de alunos que realmente está a ter acesso ao ensino a distância, e que grande parte do efetivo escolar já está sendo excluído do ensino e aprendizagem”, lê-se nota divulgada assinada por 25 organizações sociedade civil em Moçambique.
A suspensão das aulas no país devido à covid-19 obrigou ao Governo a adotar aulas com recurso a internet, rádio, televisão, mas, segundo as organizações da sociedade civil, apenas 29,1% da população moçambicana tem acesso à televisão, 45,5% dispõe de rádio, 22,2% possui a eletricidade, além do facto de apenas 4,3% usar internet.
“A medida que os rendimentos familiares diminuírem e as necessidades aumentarem, muitas crianças, particularmente as mais vulneráveis, ficarão mais expostas a risco de violência doméstica, trabalho infantil, casamento precoce, tráfico, exploração por quem as deviam proteger”, lê-se no comunicado.
As organizações propõem a distribuição gratuita de textos de apoio para as crianças mais desfavorecidas.
“Temos casos de crianças órfãs que não tem condições para comprar textos de apoio, televisão, rádio e internet, energia, para acompanhar as aulas, tendo oportunidade de aprender”, acrescenta.
Moçambique regista um total acumulado de 816 casos positivos de covid-19, cinco óbitos e 223 recuperados.
Estão em vigor várias restrições: todas as escolas estão encerradas, espaços de diversão e lazer também estão fechados, estão proibidos todo o tipo de eventos e de aglomerações, recomendando-se à população que fique em casa, se não tiver motivos essenciais para tratar.
A pandemia de covid-19 já provocou quase 487 mil mortos e infetou mais de 9,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Fonte: Lusa