Reunido com apoiantes do grupo dissidente da ala militar da Renamo, na província central de Tete, o líder da Junta Militar da Renamo, Mariano Nhongo, frisou que vai continuar a defender as armas na posse do grupo, no âmbito do Acordo Geral de Paz (AGP), até haver um consenso com o Governo para renegociar um novo acordo de paz, avançou a Voz da América (VOA).
O antigo braço direito de Afonso Dhlakama, defendeu que a auto-proclamada Junta Militar da Renamo quer salvar a Democracia conservando as armas.
“A Junta Militar surgiu para defender a democracia, os membros e para conservar as armas que é a defesa do partido” disse Mariano Nhongo, citado pela VOA.
“O Governo disse entregam as armas, outros nossos irmãos (ex-guerrilheiros) já entregaram as armas, estão a brincar com a democracia, a Junta Militar não aceita isso”, acrescentou Mariano Nhongo.
Numa outra abordagem, Nhongo voltou a denunciar o cerco às suas bases reforçadas por forças estatais numa altura que decorre a desmobilização.
O líder dissidente revelou ainda que a maioria dos ex-guerrilheiros que passaram a disponibilidade no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) social em Junho, nas bases de Savane (Dondo) e Mangomonhe (Chibabava), continua a passar noite nas matas por temer a nova ameaça de sequestro e assassinato.
“A Junta Militar está a ver que a democracia continua ameaçada” insistiu Mariano Nhongo reiterando a necessidade de o Governo cultivar a tolerância e, confiança para o alcance de uma paz definitiva.