“Seria prudente que Filipe Nyusi fosse ao Tribunal explicar sobre as Dívidas Ocultas” disse António Muchanga

Durante o programa “Casos do Dia”, edição de ontem, quarta-feira (13), o deputado da Renamo, António Muchanga, falou sobre os pronunciamentos do réu António Carlos do Rosário.

Muchanga disse que o antigo presidente do Conselho de Administração da ProIndicus, Ematum e MAM, está fazendo de tudo para envolvero atual presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, nas dívidas ocultas.

“Vimos ai o Rosário a insistir, e a fazer todo o esforço possível para poder apanhar Filipe Jacinto Nyusi, e arrasta-lo consigo, para o fundo das água, onde pensa que o Juiz poderá o levar.

É uma estratégia da Defesa, cujo o seu advogado é quem o montou. Tendo em conta que o Rosário é quem recrutou o Chivale para colaborador do SISE, acredito que conhecem-se as linhas com que estão a se cozer. Só que isto começa a ser um problema para as relações futuras entre o Presidente Nyusi e o Presidente Guebuza, por que o Chivale é o advogado da família Guebuza. Vimos-o, aquando do assassinato da Valentina Guebuza. Também agora, o escritório dele é quem está a defender Ndambi Guebuza”, disse António Muchanga.

Em uma outra abordagem, Muchanga disse esperar que o julgamento não afete a relação existente entre o antigo estadista moçambicano, Armando Emílio Guebuza, e o atual, Filipe Nyusi.

“Só espero que no fim deste problema todo, não tenhamos problema de antigos presidentes que não se comprimentam, a semelhança do que se assiste na África do Sul entre Thabo Mbeki e Jacob Zuma, e penso que isso não ajuda muito nas relações das pessoas”, acrescentou.

 

O deputado da Renamo chegou mesmo a elogiar as capacidades do Réu António Carlos do Rosário, mas reprovou algumas atitudes que o mesmo tem demostrado durante o Julgamento.

“Rosário demostrou que tinha maior capacidade, conhecia o mundo onde navegava. É um espião por exceléncia, e tem muita coisa que ele sabe. E lamentavelmente, em algum momento entendia-se que ele não queria colaborar com a verdade, e em algum momento queria.

Esta maneira de tratar as coisa em tribunais, acaba criando situações de incómodo para o próprio Juiz e para o Ministério Público.

Havia momento em que ele começava devagar em assuntos marginais, que não tinha relação com o que se pretende.

O que se pretendia com o que chegamos a assistir, era que conseguisse atingir a pessoa que ele queria antingir, nesse caso falamos do Presidente Filipe Jacinto Nyusi”, frisou Muchanga.

Quando chamado a falar sobre a carta enviada pelo Filipe Nyusi ao Manuel Chang, António Muchanga defendeu que devido a auséncia do antigo Ministro das Finanças, seria prudente o atual estadista moçambicano fosse ao tribunal esclarecer o assunto.

“Considerando que há documentos, que efetivamente provam que o presidente Nyusi escreveu carta para o antigo Ministro das Finanças [Manuel Chang], não estando presente o Ministro das Finanças, para dizer se cumpriu ordens do Ministro da Defesa, ou cumpriu ordens do Governo, onde ele foi nomeado pelo presidente Armando Emílio Guebuza, acho que seria prudente, salvo melhor entendimento, que o Presidente da República fosse ao Tribunal explicar o que sabe sobre o assunto. (…) Isso vai lhe ajudar, por que vai melhorar a visão que o povo tem a imagem dele, e não deixar que fique com algum vexame ou com alguma nódua, em função daquil que o Dr. Rosário tentou fazer”, sentenciou António Muchanga

 

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