Integrados primeiros 10 guerrilheiros da Renamo na polícia de Moçambique

Um grupo de 10 elementos da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) passou a incorporar as fileiras da polícia, no âmbito do processo de desmobilização, desarmamento e reintegração dos militantes daquele partido, anunciou o comandante da corporação.

A integração “é o culminar dos 110 dias de treinamento dos homens da Renamo para poderem integrar a Polícia da República de Moçambique (PRM), como podemos testemunhar”, disse Bernardino Rafael, na cerimónia de encerramento do primeiro curso básico da PRM em Maputo.

A incorporação é a operacionalização do acordo de paz entre o Presidente moçambicano Filipe Nyusi e o presidente da Renamo Ossufo Momade, assinado em agosto de 2019.

O processo de desmobilização, desarmamento e reintegração (DDR) resulta dos entendimentos entre o Governo e a liderança da Renamo, no âmbito das negociações de paz, a principal causa que Filipe Nyusi assumiu no seu discurso de tomada de posse em janeiro de 2015.

O comandante geral da polícia pediu que os homens da Renamo passem a obedecer ao comandante-em-chefe das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, Filipe Nyusi.

Bernardino Rafael espera que os novos elementos encarem o trabalho de polícia de forma muito “profissional”, respeitando as leis, por forma a contribuir para a estabilidade do país.

“Eles terminaram a formação integral onde tiveram aquilo que é a ferramenta principal: ética, educação patriótica que rege a pátria, comando em liderança, defesa pessoal, preparação física e a ordem unida ao que nos caracteriza”, disse.

Por seu lado, o secretário-geral da Renamo, André Madjibire, disse que o processo de DDR “está a andar”, sem dar mais detalhes “devido à sensibilidade da matéria”.

“Estamos a cumprir o que nos cabia. Pediram uma lista de dez e já demos e são estes que hoje estão a encerrar o processo. Iremos informar oportunamente sobre os próximos passos a dar”, afirmou.

Desde a assinatura de um memorando de entendimento, em agosto do ano passado, o Governo enquadrou em lugares de comando e de chefia das Forças Armadas um total de 14 oficiais da Renamo mais os 10 oficiais hoje integrados, totalizando 24.

Fonte: Lusa

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