O presidente da Junta Militar da RENAMO, General Mariano Nhongo, está a ser alvo de uma perseguição sem precedentes por partes das Forças de Defesa e Segurança do Governo de Moçambique.
“Nhongo está a ser procurado vivo ou morto. E mais dias menos dias, esse objectivo será alcançado”, disse uma das fontes, sob anonimato.
É desconhecida a actual localização de Nhongo e seu grupo. Uma fonte próxima da ala castrense da renamista disse ontem à “Carta” que o general rebelde já não se encontra na província de Sofala, onde a Renamo sempre manteve suas bases centrais, nomeadamente na serra da Gorongosa, lugar, aliás donde Nhongo anunciou sua dissidência, acusando Ossufo Momade, actual da formação de Afonso Dhlakama, de ter “traído” o partido em benefício próprio ao assinar um acordo de paz com o Governo, que significava praticamente uma rendição.
A procura por Nhongo está a ser feita em tudo o que é lugar dentro de Moçambique, disse uma fonte. Para além de Sofala, nos últimos anos a Renamo manteve homens operativos em regiões recônditas do norte de Inhambane, na região de Morrumbala (na Zambézia) e em Tete (onde operava um dos filhos de André Matsangaíssa, fundador da Renamo, que integra o grupo de Nhongo). Há pouco menos de três semanas, um repórter de “Carta” presenciou em Morrumbala uma concentração massiva de homens do exército, rondando a região.
O grupo dissidente da Renamo tem sido acusado pela Polícia moçambicana como sendo o responsável pelos ataques a viaturas civis no centro de Moçambique, os quais começaram logo após o fim do período eleitoral e ja fizeram 10 mortos e avultados danos materiais. Nhongo sempre negou a acusação, atirando as culpas para Ossufo Momade, que também negou qualquer envolvimento nas atrocidades. No passado dia 15, quando escalou Manica, o Presidente Nyusi anunciou o início de uma perseguição cerrada aos atacantes, para sua “responsabilização criminal”.
“Todos dizem que não estão envolvidos. Já que ninguém quer assumir [os ataques], nós orientamos as Forças de Defesa para perseguir essas pessoas para que sejam responsabilizadas”, afirmou Filipe Nyusi, asseverando que “não há espaço para guerra” em Moçambique.
Fonte: Carta