5 mil toneladas de explosivo potente armazenadas em condições perigosas na cidade da Beira

Na Beira estão armazenadas, em deficientes condições de segurança, 15 mil toneladas de um produto químico, que quando misturado com gasóleo e aliado a uma ignição que funcione como detonador pode produzir uma explosão que destrói tudo num raio de 200 quilómetros quadrados. Apenas um quilo de massa desse composto, segundo um especialista ouvido pela Reportagem dos jornais Canalmoz e Canal de Moçambique, é suficiente para fazer explodir o Prédio 33 andares, em Maputo. Trata-se de Nitrato de Amónio, de densidade 5.1, que terá sido importado como fertilizante e não como explosivo o que a confirmar-se indicia tratar-se de importação ilegal.

Um simples telemóvel pode ser ignição. O sol pode também também produzir uma explosão se o produto lhe for exposto.

Suspeita-se que a carga é proveniente da Suécia e terá sido declarada como estando em trânsito para a Zâmbia. Mas, efectivamente, suspeita-se que se destina à mineradora Vale, em Tete, o que a confirmar-se poderá vir a ser encarado como uma fraude aduaneira pois não se destina a fertilização solos mas, sim, a abrir minas.

A importação foi feita por uma empresa com sede em Maputo, mais propriamente a ORICA MOÇAMBIQUE, Lda., apurou o Canalmoz / Canal de Moçambique.

A carga está armazenada em dois espaços distintos, dentro do perímetro da cidade Beira, mais concretamente na Munhava-Vaz e na Manga-Mascarenhas, neste caso à vertical da pista principal, do aeroporto.

O Nitrato de Amónia está armazenado em espaços que pertencem à BLT, Limitada (Beira Logistic Terminais) e à ST,Lda, respectivamente.
Na Munhava-Vaz a carga está num armazém que não reúne as condicções de segurança exigíveis a produtos explosivos assim classificados.
Na Manga-Mascarenhas o Nitrato de Amónia está no Estaleiro-ST, ao relento, apenas coberto por lonas, exposto ao sol.
A simples exposição deste produto ao sol poderá suscitar uma explosão de enormes proporções.
Nos Estaleiros-ST estão 750 embalagens de 1075 Kg/cada de Nitrato de Amónia.
Na Munhava-Vaz, no armazém da BLT há 480 sacos.
Todos os sacos são de 1075 Kg/cada.
Há ainda 103 contentores no Porto da Beira, ainda a cargo da Cornelder, empresa que tem a seu cargo a área comercial deste ancoradouro.
Estão ainda 34 contentores a caminho da Beira, em navio a cargo da transitária Maersk.

Na Beira já estão ao todo 15 mil toneladas, que equivale a quinhentos (500) camiões.

O que já está em terra, se misturado com gasóleo e associado a uma ignição ou detonador pode produzir uma explosão que destrói tudo num raio de 200 Kms.
Desconhece-se se o transportador marítimo (MAERSK), a Cornelder (Porto da Beira), e as Alfândegas estavam informadas de que a carga da Orica se tratava de explosivos.
No certificado de qualidade do produto consta que o produto tem 99% de Nitrato de Amónia.

A dona do referido produto é a ORICA Moçambique, uma empresa que não tem licença de importação de explosivos mas está a comercializar Nitrato de Amónia (NH4NO3) que não é nem mais nem menos, grosso modo, do que bolinhas de gás na proporção de 99%.

As 15 mil toneladas encontram-se na Beira armazenadas em dois espaços distintos: um na Munhava-Vaz, na estrada nacional N6, e outro na Manga Mascarenhas.
A Policia já tem a situação sob controlo.

O Comando Geral da PRM até ontem ainda não ordenara a tomada de medidas que assegurem todas as condicções de segurança recomendáveis para este tipo de produto.
A população da cidade da Beira continua sujeita a alto risco.

Fonte: Canal Moz

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